sábado, 10 de outubro de 2009








Resposta à Bloguera cubana na resvista Veja

Começo dizendo que sendo a Revista Veja e o Brasil democráticos ao enviar meu texto à revista receberei o mesmo espaço que a Yoani Sanchez para defender minhas idéias. Não é?


Bem a revista Veja é aquela que aceitou o dossiê falso de Daniel Dantas dizendo que Lula tinha contas na Suiça e a mesma que noticicio as supostas escutas da ABIN ao ministro Gilmar Mendes e gerou uma caça às bruchas na Inteligência nacional.

1- NO Brasil menos de 18% da população tem acesso à Internet em tempo integral, Viva as Lam Houses! Lam houses que o senador Eduardo Azeredo deseja limitar e impedir de proliferarem pelo país. Isso porque o PSDB leva o nome democratico na sigla.

69% dos brasileiros nunca clicou nada na Internet : http://www.novabrasilfm.com.br/noticias/nova-brasil-informa/setenta-e-nove-por-cento-dos-brasileiros-nunca-acessaram-a-internet-diz-ibge/ daí que dizer que o acesso a Net é dificil em um país pobre como Cuba chega a ser piada.

2- Vale a Pena dar uma olhada no livro do Jornalista Altamiro Borges: A ditadura da mídia, ( http://altamiroborges.blogspot.com/2009/07/rovai-resenha-ditadura-da-midia.html ) para ajudar a pensar porque e como os meios de comunicação fazem as pautas das revistas, jornais e TVs. Será que a liberdade de imprensa existe mesmo??? Para quem? Quantas famílias dominam os meios de comunicação no Brasil? ( http://www.fazendomedia.com/editorial.htm ) Que os falecidos ACM da BA e Sérgio Motta guardem seus segredos. É mesmo democrático o acesso aos meios no nosso país?

Alguém já questionou que coisa mais estúpida é o culto às personalidades da TV, Música e esportes? As TVs são conseções públicas e devem ter caráter educativo primeiramente... algum comentário sobre isso no Brasil??? Quando não é corpo nú é pregação religiosa... de programa educativo pouco se vê.

Em Cuba o uso dos meios de comunicação é feito para informar e educar. Lógico há coisas aberrantes como o reaguetown(heheh) mas, nem de longe é a baixaria dos meios no Brasil. Quanto à internet em Cuba, devido às suas limitações ela é voltada para as escolas e locais de trabalho ( http://www.cubaminrex.cu/Sociedad_Informacion/Cifras.htm ) .

Vale lembrar que graças a lei Helms- Burton dos EUA, o msn e o google talk, bloquearam a Cuba para uso destes recursos para evitar conflitos com o departamento de estado dos EUA. Não foi o governo cubano quem impediu o funcionamento dos mesmos.

A blogueira e os demais que estão em Cuba não tem melhor acesso à net devido ao fato de que os EUA impedem que Cuba use o cabo de fibra óptica submarino que passa pelo atlântico e impede o acesso dos cubanos a equipamentos eletrônicos que contenham mais de 10% de itens fabricados nos EUA.

3- Não sei se todos, mas a maioria dos colegas meus que viveram em Cuba 6 anos assim como eu, desejam voltar à ilha e naõ a consideram o Inferno como afirma a blogueira. Detalhe usavámos os ônibus e comíamos a mesma comida que os cubanos.

4- Talvez os estudantes extrangeiros não possam ser bons exemplos sobre querer voltar a Cuba ou gostar de Cuba. Afinal muitos são lá formados para nos países de origem se integrarem à elite estúpida, racista e preconceituosa deste país, que prefere viver em uma guerra civil( de tanta violência) a realizar uma distribuição de renda, educação, terras e cidadania.

Sabe por que estas pessoas podem estudar em Cuba e ir para seus países explorar o próximo? Porque Cuba naõ exige nenhum alinhamento ideológico dos estudantes estrangeiros com o sistema socialista. O único que tentam incutir em nós lá na Ilha é o dever moral para com a vida das pessoas independente de qualquer coisa.



a- Então talvez pudessemos ver a opinião de uma professora minha a quem ajudava a vender a yogurte, a conseguir alunos para aulas particulares e a alugar uma casa que ela tinha fechada e mesmo com tudo isso, com toda dificuldade em comer, trabalhar e até em ter lazer ela nunca desistiu de Cuba e da revolução.

b- Poderíamos ver o exemplo de minha amiga que estudou comigo e que é mãe solteira, pobre e médica graças à Revolução. E que apesar das dificuldades ama seu país.

c- Poderíamos ver ainda minha professora de clínica médica que viveu 03 anos como médica em nome da OMS e viveu na França, Londres e alguns lugares da África e voltou a Cuba. Ela é negra e lésbica.

Pergunto: Quantos médicos negros já lhe atenderam aqui no Brasil???

Tive curiosidade e fui à UFMG em 2006 ver dos 80 alunos que se formavam médicos no 2o semestre quantos eram negros e sabe que número encontrei? 01 rapaz.

Fiquei feliz e fui falar com ele. Sabe o que descobri? Ele era angolano e veio para BH por um intercâmbio.

Faltariam dedos nas mãos para enumerar quantos professores médicos negros deram aulas para mim em Cuba. Ou acaso no Brasil há poucos negros?

5- Todos nós que vivemos em Cuba enfrentamos as dificuldades com Uso da Net, dos transportes, da alimentação e naõ apenas a Blogueira.

Sim, há burocracia. Sim, há funcionários da área de informática das faculdades que acham que são donos dos computadores ali. Mas também há aqueles que lutam para que o uso seja o mais igual possível e aqui menciono ao professor de informática da faculdade 10 de outubro de Havana, Arsénio, quem ajudava o máximo possível aos estudantes para que usassem a internet, já que de nosso grupo a maioria não podia pagar as chamadas telefônicas proibitivas para falar com as famílias.

6- Conheci em Cuba médicos que pedalavam suas bicicletas chinesas sob sol escaldante para ir ao hospital Salvador Allende operar seus pacientes ou atendê-los nas consultas de clínica. Lembro-me em especial de um cirurgião geral e de um dos médicos da terapia intensiva. E nem por passar por estas dificuldades eles exerciam mal sua tarefa, exatamente o contrário.

7- Há erros da Revolução cubana que são de responsabilidade dos cubanos resolver, mas, o maior problema da Ilha é o embargo do EUA. E somente o socialismo pode ser caminho para estas soluções.

8- Muito se fala de repressão aos "dissidentes" em Cuba, mas a anistia internacional não reconhece em Cuba nenhum desaparecido político, execução extra judicial ou torturado. Como estaria a Colômbia onde mais se matam sindicalistas no mundo ou a Argentina e o Brasil e seus mortos no campo e as vítimas de esquadrões das polícias nas cidades, dá para dizer que Cuba é ditadura?

9- O governo dos EUA destinou no ano de 2006 a cifra de 50 milhões de dólares americanos para financiar os grupos contrarevolucionários em Cuba.

10- Muitas vezes é a polícia cubana quem tem de proteger os ditos dissidentes. Um dissidente recebe em Cuba todos os seus direitos básicos: Saúde e educação e vive muitas vezes melhor que os reais trabalhadores do país que cortam cana, que fazem plantões médicos, que vendem pizzas e resfrescos nas ruas, que os que vendem jornais, que dirigem taxis

11- Quantos à falhas dos cubanos elas são aquelas que nos fazem sentir tristeza por ver hábitos capitalistas que chegam a este local único no mundo e tão mais igualitário que o Brasil.

12- A felicidade em Cuba não é passar a noite de sábado comendo esfijas no Habbib's.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009




O século do BRICs:
Lula é o novo Brasil




Na história humana em cada período um agrupamento humano criou um modo de produzir bens materiais, idéias e valores morais e disputou com outros agrupamentos o poder. Esse processo é o que hoje em dia chamamos de hegemonia graças à contribuição do italiano Antônio Gramsci. Ou seja, hegemônico é o grupo que consegue através da coerção e também do convencimento fazer crer que sua proposta de guiar a sociedade é a mais adequada. Como exemplos: a casta sacerdotal no Egito antigo, os líderes políticos da Pólis Grega, o império Romano, a Igreja Católica durante a idade média e desde o renascimento a burguesia e o seu modo de produção capitalista.

Em seu tempo cada um destes grupos produziu formas de viver acordes com o seu modo de produzir e distribuir bens. Trouxeram alguns avanços para a qualidade de vida no planeta e também sua dose de opressão sobre seus adversários e sobre os povos em geral. Porém, a humanidade chegou a uma esquina da história neste inicio de século XXI na qual sua decisão de que caminho vai seguir irá definir não apenas a relação entre os países e a vida dentro destes, se mais humana e livre ou se mais escrava e tola, mas também a qualidade de vida e sobrevivência humana no planeta Terra.

Século Norte Americano
O século XIX foi a preparação para os EUA tornarem-se a nação hegemônica no seguinte. As duas guerras mundiais, a disputa com a União Soviética, o FMI, O Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio e o ascenso do Neoliberalismo foram alguns signos do século americano. Este foi um século de grandes sonhos e grande opressão que permite concluir que sob o capitalismo uma vida plena é impossível. É incompatível para o capital produzir riquezas e bem estar humano ao mesmo tempo. É necessário neste sistema o egoísmo, a máquina de moer gente e sonhos.

Os dois desastrosos governos de Bush Júnior nos EUA com suas guerras, a gestação da crise econômica mundial, o ressurgimento de governos de centro e esquerda na América Latina com um forte projeto de integração regional que rejeita as imposições Washington e o surgimento da China como potência econômica e credora dos EUA abre espaço para que o este século seja dos BRICs.

O apelido BRICs é usado para designar Brasil, Índia, Rússia e China como um dos novos pólos da economia mundial. O capital na Europa não conseguiu se reorganizar sob a base de um estado de bem estar social e por outro lado não dobra o povo europeu e seu velho status de qualidade de vida. Assim, a Europa simplesmente, sem questionar, segue aos EUA para não perder suas atuais vantagens. Exemplo disso é o apóio da Inglaterra na desastrada guerra baseada em mentiras sobre armas de destruição massiva no Iraque e sobre o esconderijo de Osama Bin Laden no Afeganistão sob a proteção dos Talibãs. Por outro lado o Japão que assustou os EUA com grande dinamismo econômico no inicio da década de 1990 está estagnado sob o peso da crise e uma de suas conseqüências é o regresso ao Brasil de descendentes japoneses que vivam por lá empregados na indústria e serviços.

Ser potência para que?
Neste contexto ganha peso a possibilidade destes quatro países do BRICs reverterem suas histórias em prol de melhorias na qualidade de vida da sua população: alimentar a todos, dar educação gratuita e de qualidade aos seus cidadãos. Produzir e distribuir melhor a riqueza, ou seja, a qualidade de vida.

É importante lembrar que as políticas sociais ao invés de empobrecerem o Estado tornam a sociedade mais complexa e capaz de avançar em termos de produção de tecnologias e de mercado interno de consumo gerando ciclos virtuosos que diminuem a dependência ao mercado externo. Em médio prazo as políticas compensatórias: Bolsa Família, Prouni, programa de Cotas, o Programa da Saúde da Família e outras que precisam ser efetivadas como a reforma agrária, a reforma urbana e o combate à violência darão ao Brasil mais dinamismo na economia mundial. Reforçando seu papel de potência mundial.

Existe a possibilidade do Brasil e seus colegas do BRICS tomarem as rédeas nas relações internacionais para preservar o meio ambiente, promover o desenvolvimento sustentável, erradicar a miséria nos seus territórios e solidariamente apoiar a África e a América Latina e diminuir os conflitos armados mundiais muitos dos quais interessam à atual política econômica e militar dos EUA. Neste último sentido é importante lembrar que neste mês de agosto de 2009 o presidente do Brasil questionou ao presidente Obama o porquê das bases militares na Colômbia. Sob suas armas o governo dos EUA tenta garantir recursos energéticos para manter sua economia.

2010
O presidente Lula, assim como o governo chinês e o indiano defende a idéia de que o Estado deve ser vetor de desenvolvimento, das relações entre os países Sul-Sul como meio de equilibrar as economias destes países e combater à miséria. Esta política permite o apóio entre países pobres para melhorar suas possibilidades de desenvolvimento social e econômico.

Nos últimos vinte anos a China tirou 200 milhões de pessoas da pobreza e as colocou na famosa classe média. No Brasil as políticas sociais do governo federal tiveram efeito parecido ainda que em escala menor. É preciso lembrar que a violência medida através dos assassinatos no Brasil tem diminuído e que o controle social vem avançando a duras penas, mas vamos adiante.

A despeito do péssimo Congresso Nacional que confunde seus privilégios individuais com as necessidades da maioria da população e da postura golpista dos grandes jornais, revistas e emissoras de televisão Lula têm feito o melhor governo do Brasil desde a época de Vargas e com vantagens sobre ele, em um regime de democracia plena.

As eleições do ano que vem colocam em cheque esta porta aberta por Lula em seus sete anos de governo: o Brasil pode consolidar seu papel de liderança na América Latina e no mundo crescendo dentro do BRICs ou volta a submeter-se à política dos EUA, que é a defendida por FHC e Serra. A submissão cega a Washington significa entre outras coisas: dívida externa, corte de gastos sociais, privatização dos bens públicos(entenda-se Petrobrás e os recursos do Pré- sal), aumento da corrupção e da violência.

Uma eventual vitória de Dilma Rousself no ano que vem pode manter o Brasil como líder da América Latina. Os políticos de direita dizem que o Brasil deve afastar-se da Venezuela, Bolívia, Equador e Cuba e voltar a priorizar as relações com Washington. Nada mais equivocado. Cada um destes países tem condições de contribuir com o pleno desenvolvimento do Brasil e o Brasil com o deles.

Nesta quinzena vimos fatos que mostram para o mundo quem é este novo Brasil no cenário internacional: Lula interveio na ONU e garantiu que Zelaya permaneça na embaixada do Brasil e lança tentos para a volta da normalidade democrática em Honduras e no dia 02 deste mês recebemos a ótima notícia de graças ao empenho do governo federal, de Lula e do ministro dos esportes e de um grande grupo de brasileiros esportistas e políticos do estado do Rio de Janeiro, a antiga capital da república será a primeira cidade da América do Sul a sediar uma olimpíada em 2016. Ganhar medalhas nesta olimpíada é um novo desafio para o Brasil. Isso é tema para um novo encontro. Boa semana.