quinta-feira, 21 de maio de 2009



James Bond e as vítimas da espionagem


Tenho um amigo que se considera paranóico. Nas conversas telefônicas sempre diz ter ouvido alguém espirrar do outro lado e pergunta, em todas as conversações, se seu interlocutor está gripado. Diante da negativa responde “estamos sendo monitorados”. A turma ri dele e de sua mania de crer numa tal teoria da conspiração. Em outros momentos pede aos amigos que não falem palavrões ao telefone porque poderiam escandalizar os ouvidos puritanos dos “meninos” anglo saxões na escuta.

Este colega lembra-me a cena básica dos filmes do 007: James Bond chega a na casa ou algo que o valha, do criminoso, e uma bela mulher sai de uma piscina ou do banho com roupas sensuais ou seminua e daí acontece um flerte que antes de chegar às vias de fato é interrompido por algum bandido ao qual ele vai dar combate. Outra é cena em que Ethan Hunt, Tom Cruise, está descendo por um finíssimo cabo dentro de uma sala secreta para roubar informações quando seu cabo quase se rompe e ele chega o rosto a poucos centímetros do chão onde impede de cair uma gota de suor. Filme: Missão Impossível.

Em geral obras como estas trazem uma imagem da espionagem como atividade de glamour na qual Bond, Ethan e seus similares estão combatendo contra algum super terrorista, uma mortífera ditadura em um país latino ou simplesmente combatendo o perigo do comunismo contra o “mundo livre”- leia-se EUA e Europa. O que estes filmes nem sempre mostram é como a espionagem é prejudicial a todos os povos do mundo e como seu combate é fundamental através da contra-inteligência.

A história está repleta de vítimas de ações de espionagem. Gostaria de comentar o caso de um judeu chamado Mordechai Vanunu. Foto.

O pacifista Vanunu trabalhava no projeto atômico secreto de Israel entre 1975 e 1986 e revelou
à imprensa inglesa que Israel através de espionagem havia roubado segredos militares dos EUA para produzir a bomba atômica tornando-se assim único país do oriente médio a ter a arma nuclear, conseguindo isso graças às ações de espionagem de judeus sionistas norte americanos.

Após sua denúncia estava em Londres onde seduzido por uma agente do Mossad, serviço secreto de Israel, que se dizia norte americana e pacifista. Foi com ela a Roma, na Itália, onde foi seqüestrado e levado para Telaviv. Julgado a portas fechadas e condenado a 18 anos de prisão dos quais 11 em solitária.

Ao ser libertado em 2004 lhe foram impostas as seguintes restrições: deve viver em alguma cidade do estado de Israel, deve comunicar às autoridades qualquer deslocamento entre cidades, não pode deixar Israel, não pode comunicar-se com estrangeiros por nenhum meio e não pode se aproximar de nenhuma embaixada, porto ou qualquer fronteira internacional a menos de 500 metros de distância. Vanunu é um prisioneiro de consciência em Israel que se diz a única democracia do oriente. Não há previsão de que estas restrições sejam retiradas no futuro.
Quando de sua libertação disse que não ser traidor de Israel e que queria que o mundo soubesse a verdade que o governo israelense ocultava. Afirmou que Israel não precisa de um estado, já que haviam sobrevivido como nação a milhares de anos e que os palestinos sim necessitavam de um estado nas suas terras originais tomadas por Israel.
Pano Rápido:
1-Amanhã texto O seminário: Brasil e a crise com opiniões de Delfim Neto, Aluizio Mercadante e Nouriel Rubin.
2-Próximos textos: sobre Arapongas no Brasil de Daniel Dantas e os cinco cubanos que são atualmente prisioneiros nos Estados Unidos condenados por suposta espionagem em julgamento questionado por organizações de direitos humanos, pelo governo cubano e entidades de solidariedade a Cuba.
3- Vc sabia que o presidente Barack Obana pode determinar a libertação dos 5 cubanos? Para saber mais http://www.cubadebate.cu/index.php?tpl=design/especiales.tpl.html&newsid_obj_id=15059

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